Este é um assunto controverso em razão de diferentes linhas de pensamento e estudos científicos., mas mais recentemente tem tido posições antigas alteradas pelos pesquisadores convergindo alguns pontos conforme segue.
Este é um assunto controverso em razão de diferentes linhas de pensamento e estudos científicos., mas mais recentemente tem tido posições antigas alteradas pelos pesquisadores convergindo alguns pontos conforme segue.
Além disto existem outros aspectos a considerar. Por exemplo, a esterilização dos gatos de rua ou gatos de abrigos para adoção requer de forma prioritária e mandatória a esterilização para controle de natalidade não considerando as possíveis consequências danosas resultantes da castração precoce.
No nosso caso, abordaremos esta questão sobre a ótica de gatos de raça, especialmente dos gatos da raça Persa e Persa Himalaio que criamos.
De antemão é necessário elucidar que para a vasta maioria de criadores de gatos quanto mais cedo o filhote for castrado, mais rápido o criador poderá entregar o filhote, o que é melhor para o criador, pois a castração entre 6-8 meses de idade aumenta sobremaneira os custos e o esforço do trabalho para criar. Ocorre que ao proceder desta maneira o que é melhor para o gato está sendo renunciado.
Riscos e Perigos da esterilização precoce
Com um gato persa, é melhor esterilizá-lo quando o gato tem entre seis meses e 8 meses de idade. Você não pode castrar um gato antes que ele atinja pelo menos quatro meses de idade, porque será muito pequeno para ser anestesiado. Este é faixa de idade ideal para castrar seu gato persa porque, a essa altura, ele terá crescido o suficiente para suportar doses de anestesia, mas ainda não começou a puberdade. Ainda assim, a idade exata depende de cada indivíduo.
Sumário
Existem riscos em relação à segurança da anestesia e cirurgia em animais jovens e potenciais efeitos prejudiciais sobre o seu desenvolvimento físico, incluindo obesidade, possível diminuição da capacidade do sistema imunológico de responder ao desafio com agentes de doenças infecciosas, atraso fechamento das fises dos ossos longos e predisposição à doença obstrutiva do trato urinário inferior.
Tamanho da cabeça
Quando os gatos machos passam pela puberdade, eles desenvolvem uma cabeça maior e queixadas mais proeminentes. Um gato castrado terá uma cabeça mais elegante e feminina, o que pode ser uma desvantagem se você quiser que seu gato persa tenha aquela cara grande clássica.
Stubbs et al (1996-31 gatinhos) sugerem que a castração cirúrgica às 7 semanas vs 7 meses de idade previne o ganho de peso. Em seu estudo, Porters (2014) observou que as concentrações plasmáticas de leptina em gatos de seis a oito meses de idade eram maiores em gatos castrados precocemente (8-12 semanas) em comparação com gatos castrados tardiamente (6-8 meses).
Contracepção Cirúrgica em Felinos Domésticos
A esterilização cirúrgica - (gonadectomia de gatos machos e fêmeas) é um dos procedimentos mais comuns na prática da medicina veterinária e é usada como método de controle contra a superpopulação dos felinos.
Gonadectomia – se refere a remoção cirúrgica dos ovários e ou testículos realizados para eliminar a função reprodutiva de forma irreversível.
Machos
Orquiectómica: Retirada dos testículos, que além de eliminar a atividade reprodutiva, também previne as doenças mediadas por hormônios como as neoplasias testiculares, orquites, doenças prostáticas, traumas e abscessos. Podem controlar comportamentos indesejáveis em gatos adultos como os casos de marcação de território e comportamento agressivo.
Toda cirurgia incorre em riscos.
Machos: Possíveis Riscos e Complicações da Orquiectómica
Riscos anestésicos: disritmias cardíacas, dilatação gástrica e sobredosagem de fármacos.
Riscos perioperatórios – hemorragias (durante, imediatamente ou após a cirurgia), edema e infecções.
Riscos Perioperatórios:
Sinais clínicos das hemorragias – Hiperpneia, taquicardia, mucosas pálidas, ataxia e pulso fraco. Fluido terapia ou transfusão de sanguínea são necessários.
Infecção de ferida cirúrgica escrotal geralmente permanece localizada, entretanto, pode ocorrer à propagação da infecção via cordão espermático, o que pode acarretar peritonite bacteriana e septicemia e levar a óbito.
Os sinais clínicos de infecção pós-operatórios incluem anorexia e dor perineal e abdominal.
(Boothe, 2007; Getman, 2009)
Uma vez que tais riscos são consideráveis o paciente precisa ser monitorado pelo seu médico veterinário nas 24 / 48 e 72 hs após a cirurgia.
A Orquiectómica possui vantagens e desvantagens. É preciso compreendê-las, ponderá-las e agir adequadamente para equilibrá-las.
Machos: Possíveis Riscos e Complicações da Orquiectómica
Obesidade: é uma alteração multifatorial em gatos. Gatos gonadetomizados são mais obesos quando comparados com gatos não castrados, embora a castração cirúrgica seja considerada apenas um fator de risco. Em gatos a obesidade não é uma consequência mandatória da OSH? OQ e pode ser controlada com regime alimentar e aumento de atividade física.
Depoimento: A obesidade pode ser decorrente de outros fatores! Na nossa experiência de 20- anos de criação não tivemos casos de obesidade.
Gonadectomia induz a obesidade por meio de dois mecanismos:
Aumento do apetite
Em gatos não castrados a ingestão de alimentos suprime a secreção dos hormônios gastrointestinais – colecistocinina e glucagon resultando em saciedade.
Uma semana após a castração a ingestão de alimentos aumenta em 20% e então persiste. É possível que a estimulação dos receptores de LH – presentes no trato gastrointestinal aumentem a liberação de colecistocinina e glucagon.
Também é possível que receptores de LH no hipotálamo estejam envolvidos no aumento do apetite resultando em hiperfagia.
Michelle A. Kutzier, 2020.
Além da obesidade uma segunda situação das possíveis ocorrências nos gatos submetidos a Gonadectomia é a Diabetes mellitus.
Diabetes mellitus – Gatos castrados apresentam risco de 8,7 vezes maior do que gatos não castrados. Este risco está relacionado a taxa de obesidade aumentada em gatos castrados. Não se pode concluir uma consequência direta da Diabetes Mellitus com a Gonadectomia. O gato castrado pode ter sua taxa de obesidade aumentada e, esta, sim, ser uma razão para a Diabetes mellitus.
Efeito da Gonadectomia sobre o trato urinário inferior DTUIF: não foram encontradas diferenças entre o diâmetro uretrais entre os gatos castrados entre 7 semanas, 7 meses, ou gatos não castrados. (Rool, 1997). Então parece que a castração não altera o diâmetro da uretra de gatos castrados precocemente, castrados na idade convencional de 7 meses e nem os não castrados.
O que existe comprovado é que a associação da gonadectomia + obesidade são considerados fatores de risco para o aumento do risco de DTUIF, especialmente para urotilíases, com risco 7 vezes maior na formação de urólitos de oxalato de cálcio e 3,5 vezes maior na propensão à formação de urólitos de estruvita (Leckcharoensk et al, 2021).
O perfil dos gatos mais frequentemente acometidos de DTUIF inclui os machos, castrados, sedentários, obesos, com 2 a 7 anos de idade, que vivem dentro de casa e consomem basicamente alimento seco e bebem pouca água.
A castração tanto em machos como em fêmeas, pode levar a obesidade, com consequente hipoatividade física e menor frequência de micção, prolongando o período de formação de cristais e de cálculos, o que predispõe o gato a DTUIF. (Lima et al, 2007).
Os efeitos da gonadectomia sobre o crescimento dos animais. Sempre que se considera o animal prepubre que é um animal em fase de crescimento e a medida que este macho ele adquiri uma estrutura óssea, ele adquire peso de adulto, existe o aparecimento dos hormônios sexuais na circulação e estes hormônios têm uma ação, uma função de estimular o fechamento das epífises ósseas, então a medida que o animal se torna pubre, o animal que tem condição de secretar, sintetizar e produzir a testosterona, esta testosterona tem uma ação no fechamento das epífises ósseas e os ossos, principalmente os ossos longos param de crescer. Então geralmente quando o animal atinge sua fase de puberdade ele diminui sua taxa de crescimento, então, quando o animal é castrado, e aí depende muito do momento e da idade que ocorreu a remoção dos testículos, quando ele é castrado precocemente então os hormônios sexuais e esteroides nunca serão produzidos, então existe aí uma possibilidade de uma taxa de crescimento um pouco maior nos animais que são castrados de maneira muito precoce. Naqueles animais que são castrados na puberdade então existe sim a produção da testosterona no estímulo do fechamento das epífises ósseas, os ossos longos param de crescer. Então quando o animal atinge sua fase de puberdade então ele diminui sua fase de crescimento, diminui a sua taxa de crescimento, o animal assume sua taxa de crescimento normal, entra na puberdade e, após a puberdade ele é castrado. Neste momento, ou nesta condição, não há muita relação entre a castração e o crescimento.
Crescimento – efeitos da gonadectomia x crescimento
Ocorre um atraso no fechamento fisário em gatos castrados.
Gatos machos castrados a 7 semanas ou a 7 meses, têm, em média comprimento de rádio 13% maior do que os machos intactos (não castrados) (Root, 1997)
FRATURAS – Foram sugeridas fraturas espontâneas de fêmur como resultado do fechamento fisário retardado devido a castração.
Em estudo retrospectivo, 39 gatos com 47 fraturas foram examinados:
Quatro fatores para faturas em fêmur espontâneas em gatos: sexo, status reprodutivo, fechamento fisário retardado e sobrepeso.
Portanto, gatos castrados e obesos podem ser predispostos a fratura femoral espontânea, o que aumenta o que aumenta a necessidade do controle do peso desses animais (McNicholas, et al 2002).
Concluindo, a castração tem relação com a obesidade e, a partir, daí a obesidade responde por outros males para os gatos.
Em geral os comportamentos que têm origem nos hormônios sexuais relacionados com a reprodução que se originam da testosterona tendem a diminuir, mas aqueles comportamentos decorrentes do sistema nervoso, em vez de diminuírem, aumentam.
Comportamento relacionados a reprodução
Michelle A. Kutzer, 2020.
Comentário: Na nossa experiência de 20 anos de criação não concordamos com as constatações acima exceto a primeira.
Esterilização das Fêmeas
Ovariosalpingohisterectomia: (OSH) é um procedimento cirúrgico frequentemente empregado na medicina veterinária, a qual consiste na realização de laparotomia com ablação dos ovários, tubas e útero.
A OSH é o tratamento de eleição para a maioria das doenças uterinas incluindo anomalias congênitas, piometra, hiperplasia endometrial cística, torção uterina, prolapso uterino, ruptura uterina e neoplasia uterina.